Dreams are renewable. No matter what our age or condition, there are still untapped possibilities within us and new beauty waiting to be born.

-Dale Turner-

quinta-feira, março 07, 2013

As Quatro Plumas: o Branco


O sol chegara mostrando o caminho além da escuridão do alvorecer...

Não mais frio ou dúvidas ou imperícia ou medo podia-se ver nos semblantes do homem, cuja jornada encontrava-se em seu limite. A sua frente somente a clareza cristalina como as águas de um lago recém-nascido.

Debruçando-se sobre as mesmas, ele a viu e com ela veio o esplendor. Deslizando sobre si em reflexo, ela patinou até sua presença sem temor e lá permaneceu silenciosa... Sublime... Incomparável. Seus olhos fitaram-no e seu coração se encheu de amor. Sob a luz da estrela diurna, o andarilho falou...

Serias tu, Majestade Graciosa de alvas plumas e grandeza maior, a resposta para minha pergunta?

O que sou para ti, Fiel Peregrino? Questiona-te e se ao fim teu peito ainda ritmar o som dos teus impulsos, sim, serei eu a resposta da pergunta que tu buscas.

O homem pensou por um tempo sobre sua jornada, suas escolhas, suas motivações, suas atitudes... E por fim sabia o que viera buscar, pois este fora o motivo de seu inicio, e como o infinito que se uni nos extremos, seu fim estava encerrado.
Suas palavras não mais foram necessárias e sua alma se expressava através de límpidas cascatas lacrimais.  
Sim, foi à resposta que me deste compartilhando de teu amor, pois o amor eu sou e saberei sempre desperta-lo, mesmo que enrijeça teu coração como as mais sólidas montanhas. Sendo assim, lembra Peregrino, um Amor pode leva-lo a dúvidas e incertezas, mas somente outro poderá restaurar tua fé...

A resposta tu já possui, agora cabe somente a ti proferi-la...

E assim esta voou para longe e deixou o andarilho a seguir em seu retorno. Renovado...


“Um cisne branco veio a mim,
O lago refletiu sua doce beleza,
Beijei seu pescoço, adorei sua graça,
Mas não necessitava de nada que ela pudesse dar...”


The Crow, the Owl and the Dove - Nightwish

As Quatro Plumas: o Marrom


A noite encontra-se chegando ao seu final podendo-se ver o céu acordar no horizonte...

O frio está a pino, como se a noite lutasse para não morrer aquela manhã, agarrando-se em tudo a sua volta.

Com o frio ele veio e sobre uma arvore ficou, silencioso... Humilde... Destemido. Seus olhos fitaram-no e seu coração se encheu de ternura. Sob o brilho não nascido do sol, o andarilho questionou...

Terias tu, Pobre Andarilho de amendoadas plumas e modesto semblante a resposta para minha pergunta?

Eu assim como tu, busco minhas próprias respostas, então nada posso lhe oferecer além de minha companhia durante o frio.

Então diga-me Companheiro de Estrada, porque insistes em continuar sob esse frio? Vejo que tuas asas já estão cansadas e mal podes de cobrir com elas? Por que perdurar tua súplica?
Oh, Caro caminhante é simples... Asas me foram dadas para voar, que serventia teriam se não para que eu conheça o mundo além de minha visão? Nenhuma, penso eu. E se me canso da jornada, arvores como esta sempre existirão para me servir de abrigo contra o frio. Não sei o que buscas, mas a resposta não te será dada se permaneceres a aguardar por ela... Afinal, não te deram pernas para andar?
Sim, Nobre caminhante, agora eu entendo o que devo fazer para minha busca chegar ao fim... Seguirei para além desta floresta escura.

Adversidades sempre existirão, mas fraquejar a elas é escolha somente tua... A resposta que procuras está além da tua visão. Alcança-la.

E assim este voou para longe e deixou o andarilho a seguir...


“Um Pombo veio a mim,
Sem Medo,
Descansou em Meus Braços ,
Toquei suas costas, senti seu amor,
Mas não necessitava de nada que ele tivesse...”


The Crow, the Owl and the Dove - Nightwish