Houve, porém em um remoto tempo, um homem dedicado que amou a vida em sua forma Natural e Pura. De certo, um dia seu vizinho próximo lhe fez uma proposta irrecusável. Deveria ele cuidar de seu pequeno rouxinol, uma vez que este faria uma longa viagem e ninguém mais confiável havia seu olho mirado para cumprir esse pedido. Tal como o dia se põe, ele aceitou e logo um local encontrou para depositar o pequeno animal que jazia abatido e de asas cortadas, magro e desdenhando por sua vida...
O homem insatisfeito com tal situação pensou que talvez o pequeno animal não se sentisse a vontade em locais fechados e logo abrira uma grande porta, onde antes havia uma pequena janela permitindo-o de olhar a vista... E este lembrou-se de como enorme o mundo era.
O pássaro olhou... E nada mais fez.
Observando seu estado pensou que talvez o animal estive sem forças e logo pegou de seu melhor alpiste e com todo cuidado o acolheu em suas mãos e grão a grão, pôs em seu bico fazendo-o degustar uma refeição saborosa... E este lembrou-se de como era ser cuidado.
O pássaro encolheu-se... E nada mais fez.
Vendo suas feridas o homem o suspendeu e tratou-lhe com os melhores medicamentos que pôde, atando com bandagens suas patas machucadas, limpando suas penas sujas e aparando suas asas cortadas para que estas viessem a dar lugar a novas e majestosas plumas amendoadas... E este lembrou-se como belo poderia ficar.
O pássaro ergueu-se... E nada mais fez.
Satisfeito e saciado o pássaro quis cantar, mas som algum foi proferido. Logo o homem levou-o para fora onde outros como ele faziam suas casas em árvores e lá estando, este cantou baixinho em seu ouvido reensinando-o a cantar... E este lembrou-se de como era ter sua voz ouvida por todos.
O pássaro abriu seu bico... E cantou.
Vendo seu triste canto, o homem notou que suas asas já havia se curado e logo este poderia abri-las novamente. Então este o tirou de onde estava e subiu em uma árvore depositando-o em um pequeno galho e no solo ficou para apara-lo... E este lembrou-se de como era está livre para voar.
O pássaro abriu suas asas... E voou em círculos e em volta do homem.
Logo o dono deste retorna e leva-o embora novamente para longe e o homem se entristece e sua tristeza lhe consome, mas ao amanhecer do novo dia ele ouve o cantar de seu amigo suspenso na varanda de seu vizinho...
Alto, Forte e Vivo... E então seu coração se encheu de orgulho e este lembrou que mesmo longe, ele ainda poderia lhe ouvir cantar Feliz.