A
noite encontra-se chegando ao seu final podendo-se ver o céu acordar no
horizonte...
O
frio está a pino, como se a noite lutasse para não morrer aquela manhã,
agarrando-se em tudo a sua volta.
Com
o frio ele veio e sobre uma arvore ficou, silencioso... Humilde... Destemido. Seus
olhos fitaram-no e seu coração se encheu de ternura. Sob o brilho não
nascido do sol, o andarilho questionou...
Terias
tu, Pobre Andarilho de amendoadas plumas e modesto semblante a resposta para
minha pergunta?
Eu
assim como tu, busco minhas próprias respostas, então nada posso lhe oferecer
além de minha companhia durante o frio.
Então
diga-me Companheiro de Estrada, porque insistes em continuar sob esse frio?
Vejo que tuas asas já estão cansadas e mal podes de cobrir com elas? Por que perdurar
tua súplica?
Oh,
Caro caminhante é simples... Asas me foram dadas para voar, que serventia teriam
se não para que eu conheça o mundo além de minha visão? Nenhuma, penso eu. E se
me canso da jornada, arvores como esta sempre existirão para me servir de
abrigo contra o frio. Não sei o que buscas, mas a resposta não te será dada se
permaneceres a aguardar por ela... Afinal, não te deram pernas para andar?
Sim,
Nobre caminhante, agora eu entendo o que devo fazer para minha busca chegar ao
fim... Seguirei para além desta floresta escura.
Adversidades
sempre existirão, mas fraquejar a elas é escolha somente tua... A resposta que
procuras está além da tua visão. Alcança-la.
E
assim este voou para longe e deixou o andarilho a seguir...
“Um Pombo veio
a mim,
Sem Medo,
Descansou em
Meus Braços ,
Toquei suas
costas, senti seu amor,
Mas não
necessitava de nada que ele tivesse...”
The Crow,
the Owl and the Dove - Nightwish
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