“A fina garoa continua a lavar as folhas pelo quintal molhado e cheio de histórias. Deparo com minha imagem refletida na janela a olhar uma paisagem deserta, coberta por uma espessa neblina ainda da manhã, que mantida um pouco mais, devido à ausência da luz solar e do calor dos corpos.
Sinto como se algo me alcançasse à face e me tocasse os olhos, agora encharcados. Não era remorso que me consumia, mas Saudade. Um pequeno sorriso me faz lembrar os momentos quando corria Eu, sem preocupação alguma ou limitações além da minha própria imaginação, era um mundo livre da dor, da fúria, da miséria e doutros males que me corroem a alma. O que nos fez mudar? Por que tive que mudar?
O passar dos anos é sempre duro e sua rigidez, fez nossos sonhos amadurecerem e morrerem em nossas mãos, mas para poucos de punho firme, estes ressurgirão na próxima primavera de folhas renovadas e frutos deliciosos. Para outros a fantasia morreu com o som das máquinas, da ‘carga horária’, da ‘produtividade’...
E a chuva?... Esta ainda é a mesma de antes, as lágrimas ainda são as mesmas de sempre, as lembranças permanecem também iguais, porém algo hoje é diferente... Hoje, Eu sou diferente.”
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